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terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Bar Brahma recebe a sambista Bruna Volpi


A cantora, com timbre de voz marcante, estará no palco "Esquina" do bar mais badalado da capital paulista, cantando sambas, marchinhas de carnaval e axé no dia 24 (segunda-feira de Carnaval), às 21h, e sambas clássicos e músicas de seus discos no dia 29 de fevereiro, às 14h.

A sambista Bruna Volpi anima a segunda-feira de Carnaval (24 de fevereiro) no Bar Brahma, um dos principais e mais famosos redutos do gênero da capital paulista. Sua apresentação será no palco “Esquina”, referência ao cruzamento das avenidas Ipiranga e São João, imortalizado na música “Sampa”, de Caetano Veloso. Os shows acontecem às 21h, no dia 24, e às 14h, no dia 29. Informações pelo telefone (11) 2039-1250 ou WhatsApp (11) 94746-1951, de segunda a sábado, das 9h às 22h.

Dona de uma voz poderosa, Bruna Volpi precisou derrubar os estereótipos do gênero para conseguir o respeito como sambista e de sambistas. Dona de cabelão longo e liso com luzes douradas e de grandes olhos verdes, ela teve que estudar e se preparar muito para abraçar as mais profundas raízes do ritmo afro-brasileiro para conquistar o respeito e a consagração nessa família musical. Hoje, no entanto, basta soltar a voz para provar que entende muito bem a força que o ritmo tem.

Quando não está em uma apresentação específica, seu repertório é sempre recheado por músicas com letras que alertam para as injustiças sociais, procurando dar voz à periferia e à luta e à resistência das mulheres. Por conseguir destacar-se no samba, Bruna agradece ao tabu quebrado por grandes mulheres sambistas nas quais se inspira, mostrando ao público que o lugar de mulher é onde ela quiser.

No Bar Brahma, Bruna Volpi tem se apresentado desde outubro de 2019, com destaque para o show "Mulheres do Samba" onde interpretou cantoras e compositoras, como Dona Ivone Lara, Clara Nunes, Elizeth Cardoso, Elza Soares, Elis Regina, Maria Rita e Beth Carvalho, entre outras. Nascida em Campinas, ela puxará os sambas-enredos do alto do trio elétrico que comandará a City Banda, no dia 15 de fevereiro, principal bloco de Carnaval de rua de cidade, pelo terceiro ano consecutivo. Em São Paulo, ela já se apresentou no Ó do Borogodó, Tamarineira e Coco Bambu. Atualmente pode ser vista com frequência no Pátio SP (Vila Madalena) e Bar Brahma.

Repertório

Na apresentação do Bar Brahma o repertório inclui clássicos do samba, como "Tristeza", "Retalhos de cetim", "Não deixe o samba morrer", "Triste madrugada", "Barracão de zinco", "Ê, baiana", "Vou festejar" e "Caciqueando"; sambas-enredos, como "Portela na avenida", "Aquarela brasileira" e "Bateria da Mocidade Independente"; marchinhas como "Abre alas", "As pastorinhas" e "Alalaô" e axés que marcaram época com as bandas Eva, Olodum, Timbalada e Araketu, entre outros.

Carreira

Apaixonada pela música brasileira e seus poetas, Bruna traz na bagagem estudos iniciados aos oito anos de idade no Conservatório Carlos Gomes, em Campinas, onde se formou em Música Popular. Fez canto, maracatu e percussão no Conservatório de Tatuí e foi parar na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Passeou pelo teatro, privilegiando os musicais do Grupo Téspis.

Seu primeiro CD, “Retrato”, foi lançado em 2013, e o álbum “Noutra rodada de samba” surgiu três anos depois. No final de 2017, o videoclipe da música "Covardia" que fala sobre a violência contra a mulher e a lei Maria da Penha - do qual participaram diversas cantoras da região - alcançou 100 mil visualizações no Facebook. Convidada a participar de um programa de TV exibido em rede nacional, Bruna atraiu a atenção do conceituado produtor Arnaldo Saccomani, responsável por sucessos cantados por Tim Maia, Rita Lee e Ronnie Von.

Com a produção do Arnaldo, arranjos de Walmir Borges e uma banda de primeira, Bruna gravou três sambas no Mosh Studios, um dos mais conceituados do Brasil. Uma das canções, "Contrariando a Regra", do grande sambista Chiquinho dos Santos, deu título a outro CD. O videoclipe está disponível no canal do Youtube de Bruna Volpi e em outras de suas redes sociais. A gravação mais recente foi em dezembro de 2019, um EP com três músicas – “Pago Pra Ver”, “O Dono da Dor” e “Verdade”, em parceria com Nelson Rufino.

Trabalho social

Árdua defensora dos movimentos feministas, LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) e antirracismo, Bruna Volpi está sempre envolvida nas atividades sociais em escolas e fundações, como a Telos, Chorus e Fundação Orsa, entre outras, para ensinar o que aprendeu para as crianças e os jovens, como os assistidos pelo projeto Banda Bate Lata.

Ao lado da fonoaudióloga Ana Lúcia Spina, criou em 2015 o projeto “Nós na Voz”, compartilhando conhecimento e experiência com outros cantores. Em outro projeto, batizado "Guerreiras", faz shows apenas com cantoras, convidando duas ou três delas para cada edição. Mais de 20 cantoras e instrumentistas da região já participaram do projeto. O intuito é enaltecer o trabalho da mulher dentro da música, especialmente no samba.

Nas redes sociais, Bruna Volpi idealizou o grupo chamado "Mulheres do Som", integrando cantoras, compositoras e instrumentistas, na troca de experiências. Além do samba, ela curte cantar baião, xote, choro e frevo, embora também sempre acabe aceitando convites para apresentações de jazz. A cantora participou, foi selecionada e recebeu prêmios em diversos festivais. Em 2012, teve seu nome integrado ao Dicionário Cravo Albin da MPB, obra de referência para estudiosos deste gênero musical. Bruna tem como produtor Paulinho Fuleiro - (11) 94164-5530, da Ideia Shows.