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sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Banda Sinfônica do Estado de São Paulo é sacrificada pelo governo estadual

Músicos da Banda Sinfônica e Sindicato dos Músicos protestam
 em frente à Secretaria da Cultura - Foto: Divulgação
Por: Claudia Souza

Os músicos da Banda Sinfônica do Estado de São Paulo, reuniram-se na tarde de hoje (27/01), para um concerto protesto em frente a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, na Rua Mauá no centro da Capital, a fim de reivindicarem seu direito ao trabalho no exercício da cultura em 2017.

Ao tomarem conhecimento dos cortes das verbas culturais e a possível desintegração da Banda, no ano passado, chegaram a realizar vários concertos no saguão da Assembleia Legislativa, pedindo apoio para os deputados à sua causa.

Sensibilizados, os deputados, liderados por Fernando Capez e Cauê Macris do PSDB, aprovaram uma emenda parlamentar à toque de caixa, que garantiria o valor de R$ 5 milhões em prol da Banda Sinfônica. A grande decepção, foi o contingenciamento desta verba para outros fins, pelo governador Geraldo Alckmin e o constrangimento, ao verificarem que estavam fora do edital de cultura.

A verba cultural para as Orquestras sinfônicas desde 2014 até agora, teve redução de aproximadamente 35% no orçamento.

O responsável pela gestão integral das atividades de fomento da Banda Sinfônica é o Instituto Pensarte, uma organização social de cultura, que além da Banda Sinfônica, coordena as atividades no Theatro São Pedro e a Orquestra Jazz Sinfônica. Neste ano, deve receber cerca de R$22 milhões, segundo apurou a Folha de São Paulo, R$6 milhões a menos do que no ano passado.

A Banda Sinfônica do Estado de São Paulo, existe desde 1989 e atualmente é regida pelo Maestro Marcos Sadao Shirakawa.

O governo do Estado, assim como a Prefeitura de São Paulo, parecem estarem dispostos a minarem a boa arte e a cultura do Estado e da maior cidade do país. Enquanto um detento custa ao governo R$5 mil, conforme tem sido divulgado na mídia, músicos que elevam almas através da música de boa qualidade, tem o seu espaço cada vez mais reduzido. Enquanto o Fundo Penitenciário Nacional receberá R$51 milhões do governo federal para melhorar a vida de quem destrói vidas alheias, regula-se R$5 milhões para a manutenção de uma Banda Sinfônica, com músicos que trabalham mais de oito horas por dia dedicando-se aos estudos e a apresentarem o melhor da cultura musical para a população.

Se presidiários, criminosos de alto escalão, receberão total apoio para num futuro próximo, atearem fogo em construções e pertences novos em suas celas, por que grafiteiros e músicos em São Paulo perdem cada vez mais espaços e incentivos?

É decepcionante para os paulistas saberem que pagam impostos altíssimos para ampliação dos cuidados com os criminosos e que apesar da fortuna que se arrecada, tratamos os nossos melhores músicos e artistas gráficos, como objetos descartáveis.

Todos perdemos: os músicos, que de trabalhadores, passarão a desempregados, num país em que a boa música não tem divulgação, nem tampouco espaço. O povo, perde por não poder desfrutar de mais momentos de lazer cultural. A cultura popular, também perde, porque se os melhores músicos do país são renegados à segundo plano, o que dirá os populares sem acesso à mídia?

Até o momento, nem o Secretario da Cultura do Estado José Roberto Sadek ou o governador Geraldo Alckmin  não se pronunciaram sobre o que pretendem fazer à esse respeito.

Os representantes do  Sindicato dos Músicos do Estado de São Paulo e da Ordem dos Músicos do Brasil têm estado presentes, participando das manifestações dos músicos da Banda Sinfônica. No entanto, o Secretário da Cultura do Estado, recusou-se a receber o Presidente do Sindicato dos Músicos de São Paulo e somente três músicos tiveram acesso à sala de reunião. Segundo o Maestro da Banda Sinfônica de São Paulo, Marcos Sadao Shirakawa, a verba de R$5 milhões pleiteada pelos músicos continua contingenciada.

A verba foi designada em 22/12/2016
De acordo com o Projeto de Lei 750/2016, ficou contigenciado o valor de R$20 milhões, sendo assim, o governo poderia restituir para a Banda Sinfônica de São Paulo os R$5 milhões para a sua manutenção.

Reserva de contingência 


Portanto, ou a opinião pública se manifesta, os grandes empresários apoiam a Banda Sinfônica de São Paulo em prol da cultura, ou estes músicos estarão desamparados e vinte e oito anos de uma bela história, de muito trabalho e dedicação, serão jogados no lixo.

Talvez o Brasil esteja precisando ser "FECHADO PARA BALANÇO".

Chegou o tempo de cobrarmos das autoridades maior eficiência no trato dos recursos públicos em sua aplicação nas causas nobres e nas pessoas íntegras e honestas. Emprega-se mais dinheiro aos que tiram oportunidades e aos que contribuem para a elevação cultural?  recebem cada vez menos? - A INVERSÃO DE VALORES ESTÁ ATINGINDO ÍNDICES ALARMANTES E PREOCUPANTES...

A democracia não está parecendo tão democrática ultimamente...


Link:
http://www.al.sp.gov.br/spl/2016/10/Propositura/1000005738_1000009839_Propositura.pdf

domingo, 12 de julho de 2015

CACHÊS DA VIRADA CULTURAL ESTÃO DESAFINADOS


















Por: Claudia Souza


A Virada Cultural que aconteceu em São Paulo nos dias 20 e 21 de junho de 2015, marcou a cidade pela preocupação em atender todas as necessidades culturais da população, mas os cachês deveriam ser mais democráticos também.

Segundo o Secretario da Cultura Nabil Bonduki, a economia com os shows internacionais proporcionou um maior aproveitamento para a verba designada aos artistas nacionais (ideia ótima). Durante a coletiva de imprensa mencionou que com o cachê de um músico estrangeiro, foi possível pagar uma roda de choro com 130 músicos se revezando por 24 horas.

Na área musical os cachês pagos entre os famosos ou seja, nomes importantes dentro da música popular brasileira não foi nada democrático.  Caetano Veloso, foi contemplado com o maior cachê, no valor de R$150 mil, seguido por Fábio Junior com R$100 mil e Daniela Mercury com R$99,5 mil, enquanto Hermeto Pascoal, Arismar do Espírito Santo e Nenê, receberam apenas R$30 mil. Pianistas famosos e tradicionais na história da música brasileira receberam em torno de R$6 mil. As bandas iniciantes e de artistas que realmente precisariam de um incentivo maior para mostrarem sua arte, não receberam mais do que R$1500,00 (a banda).

Com um orçamento de R$ 14 milhões que representa apenas 3% dos R$410 milhões liberados pela administração, segundo a Folha de São Paulo, Lenine recebeu R$90 mil, Edson Gomes R$75 mil, Nando Reis R$72 mil, Demônios da Garoa R$45 mil e Emicida R$40 mil.

Seria de bom tamanho que se pudesse equalizar os cachês de eventos como a Virada Cultural e contemplar em pé de igualdade os artistas participantes. Entendemos que alguns artistas atraem mais público do que outros, mas a Prefeitura de São Paulo deveria contemplar e valorizar os artistas locais.

São Paulo é uma cidade que penaliza os seus músicos devido a falta de estrutura e suas leis de incentivo que contemplam em grande parte a infraestrutura e em menor parte o fazedor da arte. Empresas de som, equipamentos, iluminação, enfim, recebem valores maiores do que os cachês dos artistas que lamentavelmente fazem parte do mesmo pacote de incentivo.

Na década de 80 a cidade de São Paulo dispunha de inúmeras casas de shows, boates, barzinhos e ruas inteiras com casas noturnas com música ao vivo. A criminalidade, falta de segurança, lei do silêncio, entre outros fatores, fizeram com que os músicos fossem substituídos pelo famoso karaokê, seguido de música eletrônica, com apenas um Dj recebendo para animar a festa. Logo depois, com a lei do Psiu - Programa de Silêncio Urbano da Prefeitura de São Paulo, grande parte desses bares foram desativados e pouco incentivo fiscal para abertura de novos locais com entretenimento ao vivo foi disponibilizado.

Aos músicos anônimos da cidade só resta aproveitar o espaço público, que foi uma das iniciativas aprovadas na gestão do prefeito Fernando Haddad, no dia 29 de maio de 2013, através de um decreto que regulariza as apresentações em praças, parques e ruas sem a necessidade de licença. De acordo com a lei nº 15.776, os artistas de rua não podem cobrar o público, mas podem passar o chapéu para conseguir doações sem que sejam considerados comerciantes ilegais pela polícia. Os artistas podem vender produtos de sua autoria, como CDs, DVDs livros e afins. As apresentações não podem obstruir o trânsito de carros ou pedestres, e também não podem ser patrocinadas por nenhum tipo de empresa.

Todavia, sabemos que o que mais os artistas gostariam é de ter um palco com som equivalente às suas necessidades de trabalho. Por isso, seria de bom tom que a Secretaria de Cultura de São Paulo, viabilizasse junto às demais secretarias, a humanização e reurbanização de praças, com construção de coretos capazes de abraçar os trabalhos de diversos seguimentos da arte. Essa seria uma medida paliativa para ajudar os músicos de São Paulo, mas mesmo assim ainda está longe de atender as necessidades desses músicos trabalhadores.