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segunda-feira, 25 de abril de 2016

Fernando Faro morre em São Paulo aos 88 anos

Fernando Faro
O apresentador estava internado no Hospital Oswaldo Cruz, na capital paulista, desde o dia 26 de janeiro. O corpo está sendo velado no Velório Araçá

São Paulo, 25 de abril de 2016 – Morreu na noite deste domingo (24/4), às 23h, o apresentador Fernando Faro em decorrência de uma infecção pulmonar.

O velório acontece nesta segunda-feira (25/4), no Velório Araçá (Avenida dr. Arnaldo 666), em São Paulo, das 10h às 20h. O corpo seguirá para o Crematório de Vila Alpina e a cremação está marcada para as 21h.

Faro, também conhecido como Baixo, deixa três filhos, Maria Luiza, Maria Fernanda e Lucas, e duas netas.

Diretor e produtor musical, Fernando Faro estava com 88 anos e completaria 89 no próximo dia 21 de junho. Estava à frente do programa Ensaio, na TV Cultura, há 26 anos, onde produziu cerca de 700 programas.


Fernando Faro, o Baixo

O sergipano Fernando Abílio de Faro Santos, ou apenas Fernando Faro, o Baixo, nasceu em Aracaju, em 21 de junho de 1927. Seu avô era dono de engenho e o pai, Abílio da Costa Santos, morreu quando ele criança em um acidente durante uma partida de futebol. A mãe, Maria do Carmo, nunca mais tirou o luto. A família morou na cidade de Laranjeiras, depois mudou para Salvador, na Bahia, onde Fernando Faro estudou em colégio jesuíta, e chegou a São Paulo para cursar direito.

Na capital paulista, chegou a estudar na Faculdade de Direito do Largo São Francisco até o 3° ano. Mas percebeu que não era o que queria. Ele gostava mesmo é de escrever e, em 1949, foi trabalhar como repórter geral no jornal A Noite e logo depois foi para o Jornal São Paulo, de propriedade do ex-governador do Estado de São Paulo, Ademar de Barros. Foi em 1951, quando estava na TV Paulista, que começou a dirigir programas e também a escrever teleteatros.

Na extinta TV Tupi, na década de 60, Fernando Faro começou a fazer musicais, como o Hora da Bossa, ao vivo, aos domingos. De lá para cá, não parou mais. Seguiu nesse rumo como produtor de shows, que ficaram famosos pela sua importância em momentos emblemáticos do país, entre eles o Primeiro de Maio.

Muitos outros espetáculos realizados com grandes nomes da música brasileira receberam sua assinatura, como Ney Matogrosso, Dorival Caymmi, Gal Costa, Chico Buarque e Marcos Valle.

É dessa época o apelido Baixo, que recebeu do diretor Cassiano Gabus Mendes, enquanto estava na emissora. O nome virou uma marca, e de tão agregado a ele, Faro passou a chamar a todos de Baixo e Baixa.

Paralelo ao seu trabalho na Tupi, também trabalhou em diversas agências de publicidade do país, para complementar o orçamento.

Fernando Faro escreveu, dirigiu e produziu musicais. Como diretor, realizou o Festival Universitário, o Festival de Música Popular e o Festival da Viola. Só saiu da Tupi quando a emissora decretou falência, na década de 1980.

Criador do programa Ensaio, em 1969, Baixo criou uma nova linguagem para os musicais, que se tornou inconfundível. A marca de seus programas, desde essa época, é assentada com enquadramentos em closes, big closes e foco no entrevistado falando. À meia luz, em voz baixa e sem se mostrar, ele faz as perguntas e deixa o convidado responder, cantar, chorar ou rir.

Quando foi para a TV Cultura, levou o programa com ele, porém com o nome de MPB Especial, que ficou no ar de 1972 a 1975. Em 1990, a atração voltou a receber o nome original, Ensaio, e está no ar até hoje.

Grandes nomes da música brasileira, nos mais diversos estilos musicais, já subiram no palco do programa. Estão entre eles Elis Regina (MPB Especial), Adoniram Barbosa (MPB Especial), Vinicius de Moraes (MPB Especial), Tom Zé, Chico Buarque, Gal Costa, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Baden Powell, Fundo de Quintal, Toquinho, Dorival Caymmi, Tim Maia, Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Maria Rita, Beth Carvalho, Renato Teixeira, Dominguinhos, Ney Matogrosso, Cauby Peixoto, entre muitos outros.

Apenas na TV Cultura, em 26 anos no ar, foram mais de 700 artistas entrevistados.


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